Carnaval, quarta-feira de cinzas e a Quaresma
Carnaval,
quarta-feira de cinzas e a Quaresma
Presenciamos
nessa semana um feriado que nos proporcionou um descanso e um pouco
de reflexão. Mesmo em se dando mais importância ao carnaval que a
quarta-feira de cinzas, fato é que devemos lembrar do que significam
essas datas, que para os antigos se revestiam de muita importância.
Das datas, o carnaval seria o entrudo português, onde se jogava
farinha, água, tinta etc. Também vemos um período que para
antigos antecipava a ira de Deus, e por isso de aparentemente se
“aproveitar” o tempo.
A
festa do carnaval era religiosa e servia para compensar a quaresma,
onde se fazia abstinência de carne e outras, como por jejum, e assim
antecipava a quarta-feira de cinzas, de modo que se comia muitas
frituras, na chamada terça-feira gorda. Vemos que a festa da carne,
ou carnaval, em muito continua tradições pagãs, como a festa
dionisíaca.
A
quarta-feira de cinzas simboliza muito as cinzas, ou o pó, uma vez
que segundo a Bíblia viemos do pó e retornaremos ao pó. Cristãos
a usavam como momento de purificação, e assim uma cruz era marcada
na testa com cinzas, anunciando o período que antecipava a quaresma,
que tinha uma coincidência de estar no fim do inverno, e assim com
falta de alimentos, e o que facilitava o jejum. As cinzas representam
o pouco tempo que tem a natureza da matéria, ou pó. Não se compara
assim a eternidade que está reservada após a ressurreição, ou ao
céu (espiritual), de tal modo que há um grande significado místico
a todo esse período.
A
Quaresma não deixa de ser assim uma preparação para esse eu
superior que vem em nós, a presença do Espírito Santo e do Cristo
interior, para que nos tornemos uma nova carne. E o fato de se cobrir
em público com cinzas é sinal de arrependimento e humilhação, que
na verdade são perante Deus. Isso no começo do cristianismo, era
feito muito por membros da comunidade que tivessem praticado pecados
graves, e assim faziam por um período maior de tempo, e vestidos com
cilício. Tudo leva a ideia que a matéria é pó, ou cinzas, e que o
espírito retorna ao céu, ou vai ao inferno.
Antes
a Quaresma era apenas de três dias que antecedia a Páscoa. Com o
tempo houve a ideia de se prolongar para 40 dias. Isso porque o
número 40 se reveste de um simbolismo especial na Bíblia. Por
quarenta dias ocorreu o dilúvio de Noé, por 40 anos o povo de
Israel esteve vagando no deserto e por 40 dias jejuou Jesus no
deserto. Fato é que não é um período matemático ou exato, mas
sim uma fase de transformação de consciência. Tudo leva para a
quela luz de Cristo que liberta do pecado e erro. Lembra muito a
experiência de votos espirituais, como naquelas que os Nazireus
estavam acostumados. Dessas práticas que surgiu muito da vida
ascética, como dos votos de pobreza, castidade etc. Mas cada um vive
um período especial numa fase de carência de sua vida.
Então
a prática do período pode variam muito, desde um retiro espiritual,
até um jejum ou mesmo não comer carne nas refeições. Vivemos em
um tempo pós-moderno prazer, facilidade e abuso. Temos obesidade,
temos uma série de confusões. Falar em se sacrificar algo para Deus
parece ser algo fora disso. A Quaresma leva muito a se refletir em
uma dimensão espiritual. Assim a prática pode ser feita em especial
pela oração, meditação e prática da caridade. Além de não se
comer carne em certas datas, se deve lembrar da Palavra de Deus e do
aspecto que se revestem esses feriados, para se situar na tradição
que estamos inseridos. Podemos negar a tudo isso, tendo atitudes de
descrença. Porém, sabemos que não podemos apagar centenas e até
milhares de anos daquilo que somos e herdamos, e assim o período
leva a importância de um foco espiritual e de respeito pelo
sacrifício de Cristo, que nos deu a vida e promete a eternidade do
Reino.
Belo texto Mariano, uma reflexão. Devemos colocar em pratica, não só estes dias quaresmais, como todo os dias. Amei as suas inspirações publicada nest fonte de conhecimento.
ResponderExcluirobrigado. volte sempre
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