Juízo Moral


Juízo Moral

Kant fala em sua obra Fundamentação da metafísica dos costumes de uma transição da moral popular a essa metafísica da moral. Isso supera os atos conforme o dever e que apenas se pautam no castigo a que se pode ser sujeito ao se desrespeitar a lei. Mas para ele importa o íntimo, e não as ações visíveis. Daí da importância da intenção nos atos. Sensações razão/intelecto
Já Piaget fala que os processos cognitivos das crianças são totalmente diferentes dos adultos. Claro que a exigência moral é também diferente, passando essa criança por 4 fases de evolução, chegando por fim a se assemelhar a criança a um adulto comum de sua sociedade. Vygotski refuta algumas de suas teorias, e Susan Gelman mais recentemente também o faz, haja vista crianças dependerem de adultos e mais velhos para fazer certas coisas.
Mas até onde a maioria da sociedade pode servir de exemplo moral as crianças? E até onde os pais têm firmeza de caráter para servir de modelos aos filhos? Vemos atualmente uma crise de valores justamente porque os pais não bancam essa responsabilidade e pelo excesso de liberdade, o excesso de sim, permissividade.
Os imperativos categóricos se desenvolvem com a idade, mas certamente não nasce a criança uma tabula rasa. Primeiro que já carrega consigo complexos, como os que Freud chamou de ÉDIPO. Segundo que os impulsos da criança traçam caminhos que ela posteriormente vai seguir, como as fases anal, oral e fálica, que levarão ela para um padrão moral ou outro.
Outra questão que fica é que há a herança genética, com todos os seus padrões, esses também, a priori. Além de categorias de tempo, espaço e causalidade, há uma complexidade maior que faz duas crianças da mesma casa, família e educação terem padrões morais diferentes e até mesmo opostos.
Kant também fala em um comportamento que seja aceito como lei universal para servir de norte moral. Isso se torna perigoso, pois em uma sociedade onde fosse universal o suicídio, teria o sujeito de seguir essa universalidade para se achar com uma resposta moral. O fim é a realização do sumo bem no mundo. Leva a religião.
Os pensadores moralistas colocam em vários fundamentos a moral. Montaigne fala da educação. Mandeville fala da Constituição civil. Epicuro fala da sensação física. Hutcheson fala de sentimento moral. Os estóicos e Wolff falam da busca da perfeição. E por fim Crusios e teólogos falam da vontade de Deus. É a oposição do bem e mal, que em alemão tem duas palavras para cada (Gut e Böse/wohl e übel) , de um lado relacionada aos sentidos, e do outro a vontade. E o imperativo é agir como fim, não como meio. Vale o conceito de bem/mal de cada um.
Claro que a moralidade não dependa da idade, mas que se deve ter sim padrão objetivo do comportamento mínimo exigido. Cada caso exigiria um estudo, cada indivíduo. A conclusão sobre moral segue o seguinte trajeto: inicia na vontade/desejo, passa pela moral, pelas máximas, vai ao imperativo categórico e por fim chega a lei universal. Imperativo categórico é fim, e hipotético meio.

Comentários

  1. Mariano Soltys: interessante esta sua ideia de imperativo categórico meio. Pois o fundamento é visto não como suposto, mas ainda como conexão. No sentido daquilo que seria dito pelo pós-kantiano Hegel, isto é, que os fins são meios para ulteriores fins. O Senhor Deus seja vossa força. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY

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