Por que às vezes nos achamos feios?

Por que às vezes nos achamos feios?


            A feiura não existe, é apenas um modo de julgar as coisas. Mas mesmo assim em algum momento de nossa vida insistimos em não nos acharmos bonitos, seja por não estar na moda corporal, não ser magro, não sermos musculosos, não ter uma parte do corpo atraente, ter uma ruga ou espinha, não nos valorizarem etc. Fato é que somos o que somos e nosso comportamento pode mudar tudo, ele é o segredo de quem somos. Reflita comigo sobre a foto de uma jovem moça: você a vê com óculos de sol da última moda, cabelo com belo corte atual e uma pose, cabeça levantada, blusa de alça, sapato de salto, decote etc – já é um atrativo sem você a conhecer. Imagine que você vê a mesma pessoa, agora com a cabeça baixa, algum óculos fora de moda, antigo, não de sol, mas de grau, uma camisa que não se sabe se é masculina ou feminina, cabelo desarrumado, sem pose para a foto, com sapato que parece de freira. Ambas são a mesma pessoa, talvez em um destino diferente, uma se vê como feia, outra como bela – o comportamento é a chave.
            Há poucos meses um filósofo de São Bento do Sul, Cléverson Israel Minikovsky, pensou uma nova filosofia, a filosofia do comportamento (oumperiforalogia), que ainda precisa ser desenvolvida. Penso assim que entre uma de suas teses, pode ser englobada essa maneira de cada um ver o mundo de forma singular, com sua ipseidade. Então, a feiura não é um estado fixo, é apenas um juízo de valor de acordo com o que entendemos como agradável ou desagradável. O que é feio a uma pessoa pode ainda ser bonito a outra. A autoimagem corporal também pode estar corrompida, e as relações que temos com nossos sentidos, o tempo que temos para nos admirar está cada vez menor. O que compensa isso são as relações sociais, onde elogios podem estimular a uma moça se ver como bela, gostosa e assim por diante. Ocorre muitas vezes desvios de entendimento, e daí o alimento ao complexo de inferioridade, com frases como “eu nunca fui bonita”, “minhas amigas chamavam a atenção, já eu sobrava na festa”, “eu nunca tive sorte no amor”, “eu era feia quando criança” e assim por diante. Tais frases se revestem de grande mentira, uma mentira para si mesma. Essa mentira se projeta e pode se tornar realidade. Se tornar bela também é um fato.
            A beleza muitas vezes é mais um estado de ser, uma simpatia, que mero rosto bonito ou modelismo. É que se cuidar, ter um tempo para si, estudar, ter assunto e tudo mais faz as pessoas serem atraentes. Claro que isso não é algo artificial, mas algo legítimo, uma vez que o que é falso não fica estável por muito tempo. Vemos atrizes de filmes e novelas que não são tão bonitas, mas vestem tão bem um personagem sensual, conquistadoras, poderosas, que todos as admiram. Na vida real não são assim. Mas o comportamento faz tudo na pessoa, a deixa bonita, inteligente, feia, ou o que quer que seja. Não se trata de um teatro, mas é quase algo como dominar a vontade para ser o que se quiser ser. Mude uma roupa, vista algo sensual, se maquie, mude o cabelo, talvez loira, verá que logo as coisas mudaram. Use um óculos de sol, faça um charme, acredito que qualquer falsa noção de feiura já foi embora.
            Quanto ao que os outros acham, isso pode ser mudado, bastando convencer os outros do contrário. Certa vez falaram que eu era meio reservado, não conversava etc.. e aproveitei uma situação para falar, ficar por um tempo conversando. Pequenos preconceitos que vestem na gente podem ser alterados, bastando mudar nosso comportamento. Claro que é difícil a uma moça de longa saia vestir uma curta, mas é apenas vestir e deixar rolar. O homem também está cada vez com mais vaidade e mulheres já dividem clínicas de estéticas com homens, isso é fato do nosso tempo. Isso se torna positivo, uma vez que o homem  sempre se descuidou e reservou muito tempo para o trabalho no passado, não pensando que sua esposa desejaria um perfume melhor, uma aparência nova, um galã em sua presença. O comportamento pode fazer todos serem mais belos, ou se verem como belos, projetar aos outros isso, ao seu subconsciente. Faça a prova: tente um dia alterar todo o teu comportamento, verás que algumas oportunidades que nunca existiram em tua vida passarão a existir em questão de horas ou minutos. O complexo de inferioridade é talvez um jogo para chamar a atenção, mas isso fará as coisas piorarem, pois se recebe ajuda e não uma troca plena, as pessoas parecem que se afastam mesmo próximas. Quem gostaria de estar junto de uma pessoa que se veste como um mendigo? Ou alguém que não sorri? A beleza é sorrir, e ser feliz, estar belo para si mesmo. Feiura é um engano, um “vácuo de entendimento”, numa programação mental que pelo hábito foi consoladora, mas que não conquista as coisas, e por falta de conquista sofre, se torna feia a própria compreensão. O comportamento muda tudo, ele cria o mundo a sua volta. Não existe feiura, existe um momento em que o feio está em nós, num personagem que devemos abandonar na novela da vida. Somos todos galãs e  toda a mulher é atraente, desde que queira ser.
           

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