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Mostrando postagens de março, 2011

Modas e paranoias

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Modas e paranoias   A moda é uma invenção para mascarar as pessoas. Uma tendência de rebanho.   Hoje as pessoas julgam pelas roupas, a não ser que os julgados sejam jogadores famosos de futebol ou artistas andando em carros importados.   A tirania da magreza; essa foi a última invenção da vontade de morte. Antes de ser anorexia física é anorexia mental.   Anabolizados em uma balada; isso faz parte da própria decoração dessa baladas.   O padrão de beleza e de moda atual é um padrão de corpo, não de roupas. É em resumo, o padrão anoréxico para a mulher e anabolizado para o homem. Uma Mulher Maravilha com um Rambo.   Quanto menos roupa, melhor; esse é o gosto latino.   É difícil combinar esse comportamento geralmente imoral com as religiões moralistas; ora, não teria mudado a própria moral? E até onde essas religiões têm a ver com aquelas do passado?    A Universidade se tornou uma extensão do ensino médio, um cursinho. São apenas medalhas e currículos, não são vocações.    Fama é como

Qual o sentido de nossa existência

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Qual o sentido da nossa existência?             Assisti a um filme dias atrás sobre um grande filósofo: Friedrich Nietzsche, quando   este estava em Turim, nos seus últimos dias, filme nacional, pouco conhecido mas bem instrutivo e altamente inspirador, chamado “Dias de Nietzsche em Turim”. Além de perceber as belezas das obras de arte italianas, as óperas de Bizet, estátuas, jardins floridos, castelos etc, vi que a própria narração das cartas do pensador faz refletir sobre a existência. Uma pessoa pode estar curada e saudável fisicamente, mas não encontrar sentido em sua vida. Mesmo eu já passei por vários momentos em que me senti deslocado, sem popularidade nenhuma. Também quando escrevo me sinto póstumo, isso já escrevi em meu livro Reflexões Gerais, bem como em meu diário. Por vezes nos sentimos vivendo fora do nosso tempo, sem amigos, sem amores, sem fama, sem sucesso e assim por diante. O pensador do filme se sentia não alemão, não cristão, nada do que o envolvia parecia lhe a

Por que às vezes nos achamos feios?

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Por que às vezes nos achamos feios?             A feiura não existe, é apenas um modo de julgar as coisas. Mas mesmo assim em algum momento de nossa vida insistimos em não nos acharmos bonitos, seja por não estar na moda corporal, não ser magro, não sermos musculosos, não ter uma parte do corpo atraente, ter uma ruga ou espinha, não nos valorizarem etc. Fato é que somos o que somos e nosso comportamento pode mudar tudo, ele é o segredo de quem somos. Reflita comigo sobre a foto de uma jovem moça: você a vê com óculos de sol da última moda, cabelo com belo corte atual e uma pose, cabeça levantada, blusa de alça, sapato de salto, decote etc – já é um atrativo sem você a conhecer. Imagine que você vê a mesma pessoa, agora com a cabeça baixa, algum óculos fora de moda, antigo, não de sol, mas de grau, uma camisa que não se sabe se é masculina ou feminina, cabelo desarrumado, sem pose para a foto, com sapato que parece de freira. Ambas são a mesma pessoa, talvez em um destino diferente, u

Sucesso é sinceridade

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Sucesso é sinceridade             Vejo uma série de livros prometendo o sucesso, outros a comunicação, conquista, resolução de problemas em relações humanas, reuniões e assim por diante, por técnicas psicológicas, que vão desde linguagem corporal, programação neurolinguística como até sugestão ou hipnose.   Mas logo se vê que usa-se de técnicas para enganar as pessoas, decifrando seus impulsos inconscientes, linguagem do corpo, fraquezas e tendências. Claro que um sucesso obtido sem sinceridade, na mentira, é um falso sucesso e usar tais técnicas somente revela falsidade ideológica ou estelionato.   Não raro a esperteza foi relacionada simbolicamente a serpente, uma espécie de astúcia. Vemos que o que traz diálogo e confiança não é fingir movimentos e sugerir coisas, mas sinceramente travar contato espontâneo com as pessoas, sem fingimento ou técnicas psicológicas. Claro que essas técnicas são positivas para restabelecer comunicação, tratar de pacientes traumatizados, curar e assim

O problema não é com os outros

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O problema não é com os outros          Quando pensamos nos nossos problemas, geralmente não percebemos que muita coisa que temos negativamente nada mais é do que projeções das nossas frustrações. Antes de enfrentarmos o nosso ser interior, gostamos de projetar os problemas nos outros, condenamos alguém por não gostar de nós, brigamos com amigos, parentes, namorada, entre outros. Quando acordamos da ilusão, vemos que não estava o problema na vida que levamos, nem falta de conquistas, nem a falta de dinheiro. Procuramos fora, mas o problema está em nosso ser interior.             Nós filósofos, pela vida interior que já levamos, temos como corriqueira uma crise pessoal, não nos afetando tanto com alguma frustração, sabemos lidar melhor com as frustrações. Muitas vezes encontramos a alegria na leitura de livros, e, para mim isso muitas vezes foi o recurso que tinha, haja vista faltar dinheiro, estar sem amigos ou as coisas não acontecem já por rotina. Também a solidão não é problema, u
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O mestre e o homem cabisbaixo             O mestre estava na praia observando as profundezas do céu azulado e o horizonte do mar, onde passava um grande navio de cruzeiro. Notou o quanto é maravilhosa a força das ondas, tentando absorver a cor do vento marinho, em exercício respiratório, pranayama . Respirava assim profundamente, sentindo uma sensação de bem estar, logo renovado em sua corporeidade com um suor especial daí advindo. Com as palmas das mãos viradas para o Sol, tentava absorver a energia prânica desse grande símbolo divino. Pessoa trafegavam, umas sorrindo, outras jogando, outras ainda conversando ou correndo. Quando em meio a essa alegria observou um homem em tom sombrio, o qual lhe reconheceu e levou-o um livro seu para autografar. Este lhe falou: -         boa tarde, senhor, você é o autor do livro sobre ética com nome difícil? -         Eu sou. Deseja um autógrafo, amigo? -         Sim sim, eu tenho um exemplar à mais na mochila. Acho que estou carregando muito pes
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Alegria simples e barata             Vejo pessoas procurando felicidade, em todos os meios, até nos mais ilícitos e toda a sorte de confusão daí advém. Outros compram coisas caras, enfeitam-se de marcas, desfilam carros, fazem empréstimos muitos, confundem-se nas dívidas. Há quem ache a alegria passageira e parcelada algo como a chave da sua satisfação, esta logo em seguida coberta por grande frustração ou até arrependimento. Uma alegria que custa caro, muitas vezes é desnecessária, e mesmo a presença de Deus ou de um objetivo que alimente o sentido da vida faz dela uma estadia cada vez mais desejada em permanência. Parece estranho, mas a alegria é simples e barata, basta observarmos as crianças, ou mesmo pessoas humildes, que em serviços braçais muitas vezes cantam, gargalham, desenham um largo sorriso em suas faces.             Já nos anos 300 antes de Cristo, um pensador grego chamado Epicuro achava que o prazer do seu corpo estava em comer um pedaço de pão e água. Não percebemos
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 Máximas que viraram mínimas                   “Quem aconselha amigo é”. Sempre é bom ouvir os conselhos das pessoas. Balela! As pessoas são incapazes de aconselhar outras pessoas. Elas querem nos levar para o mau caminho (e bom para elas). Conselho é inimizade.   “A voz do povo é a voz...” Que nada, é uma voz que grita feito animal no cio, isso é a voz do povo. Uma voz de festa em meio a Inquisição e a fogueira (diabólica).   “Melhor prevenir que remediar”. Prevenir-se de que? Da experiência negativa que ensina, certamente não. Melhor é aprender com os erros do que não errar (não fazer) e se tornar pamonha.   “A pressa é inimiga da perfeição”. Engano. É pela pressa que alguém passa em um concurso público, onde outros nem terminam. É pela pressa que um corredor ganha uma corrida. A perfeição é como é, a realidade, o resto é ilusão ou conto de fadas. Somos perfeitos como somos, não de outra forma.   “Aqui se faz, aqui se paga”. E se por acaso morrer e não pagar? Aqui onde? Para o que? N