Um mestre em meu livro Fonte da felicidade
1. O homem e a natureza
Certa vez um homem procurou o mestre por causa dos seus problemas de saúde e porque uma montanha de pedras havia desmoronado encima de sua casa – desta feita, o mestre lhe perguntou: “Por que me procuras?” – o homem então lhe disse que estava com a vida arruinada e que vivia a custa de remédios. Era sabido que esse homem foi um empresário rico e que muito prejudicou o meio ambiente e que até então não temera a natureza. O mestre lhe ofereceu um ensinamento: “Há muito tempo atrás o homem vivia em paz com a natureza, respeitava as pedras, os vegetais e os animais, além de conviver em paz com seus iguais – porém em certo momento semeou o orgulho, de forma que nada para ele teve mais valor, destruindo muitas coisas em nome do poder” – então o homem perguntou ao mestre qual o valor que há em todas estas coisas, uma vez que ele vive sem elas – o mestre então respondeu: “O valor está em que muitas delas já fomos nós e que nós ainda seremos elas, pois na verdade já foste pedra, vegetal e animal, porém esquecendo tais coisas, destruindo estes seres e, na falta deles, destruindo a ti mesmo. Não sabes por acaso tu que para cada causa há um efeito? Usa teu poder para amar a natureza e não terás mais nenhum problema”. O homem então agradeceu e se foi.
2. A moça que se achava feia
O mestre caminhava em um lugar santo, em um de seus retiros espirituais, até que então uma jovem moça de rosto triste lhe perguntou: “Por que eu sou feia?” – o mestre lhe respondeu: “Nada há de feio aos olhos do Criador”, então começaram a ter uma conversa:
Moça: eu queria ser bem vista pelos homens, ser desejada e amar;
Mestre: muitos homens têm olhos, mas não veem, e pouquíssimos amam – ame àqueles que precisam ser amados;
Moça: quem são estes?
Mestre: os doentes, tristes, depressivos, alcoólatras, perdidos, idosos, órfãos, e a quem achardes que necessitam realmente;
Moça: eu não havia pensado nisso;
Mestre: ameis muitas vezes a vossa vaidade, deixando de lado a compaixão para aqueles que necessitam – de nada valem rosas com espinhos, as quais não se pode segurar;
Moça: será que algum aceitaria a minha ajuda?
Mestre: muitos a aceitarão, de forma que enxergarás a verdadeira beleza e o verdadeiro amor, um amor desinteressado;
Moça: e tu, mestre, não te sentes só?
Mestre: eu tenho 777 solidões, pois meu refúgio é o meu eu superior, meu eu divino;
Moça: eu me sinto melhor, percebendo que posso ser útil de muitas formas no mundo;
Mestre: já fomos úteis de milhares de formas, em nossas vidas passadas já praticamos variados labores. É mister que tratemos com sabedoria todos os nossos lados;
Moça: sinto-me bela, talvez até feliz com tua energia positiva;
Mestre: a energia é o que a pessoa busca, uma vez que teu pensamento tem poder, cara dama. Quem semeia treva, colhe treva, e quem semeia luz, colhe luz. Sabes antes que te falaste, pois já entendeste com o coração;
Moça: partirei mais feliz, pois me mostraste que a ilusão é que me deixou feia. Enganei-me, pois tenho muita beleza;
Mestre: tens mais beleza do que consegues definir – nem eu mesmo no meu ser mais elevado posso definir a tua beleza, pois ela é divina;
Então a moça foi embora sorrindo, ajudando muitas pessoas e encontrando a alma gêmea, uma das pessoas que ajudou.
3. O menino e os animais venenosos
Era uma vez um menino, o qual estava fugindo de três animais: uma cobra, uma aranha e um escorpião; pois este tinha medo destes animais. O tempo passava e o menino resolveu enfrentar os animais, perseguindo-os e os matando. Numa destas caçadas o mestre o viu e perguntou: “Por que matas os teus irmãos?”.
Menino: eu tinha medo deles e agora resolvi matá-los e eliminá-los da minha vida;
Mestre: não sabes tu, menino, que deverás dominar a ti mesmo, onde habitam animais muito mais perigosos que estas criaturas?
Menino: se eu não os matar, por certo eles me matarão sem piedade;
Mestre: o espírito-grupo que os governa por certo só ordenaria que eles te atacassem em caso de perigo, para se defender ou defender a sua prole ou território;
Menino: eu não havia pensado nisso;
Mestre: aprendes tu a amá-los e a respeitar seu território, e eles não te atacarão, nem haverá porque temê-los;
Menino: e tu mestre, teme algum animal?
Mestre: eu temo àqueles espíritos impuros que poderiam despertar treva no meu coração, desviando-o do nobre caminho da iluminação;
Menino: qual o pior animal?
Mestre: o animal humano, pois mata e fere quando deveria reinar com amor sobre todas as coisas;
Menino: eu vou embora e deixarei, eu prometo, estes animais em paz;
Mestre: apenas cuida do animal que vive dentro de ti.
(retirado de livro Fonte da Felicidade, de editora Biblioteca 24 Horas)
Gostei muito, grandes ensinamentos.A vida é tão simples, nós é que complicamos.
ResponderExcluirCaro Senhor Doutor Mariano Soltys: seu estilo é parabólico, bem ao sabor da sabedoria oriental. Lembra bem a redação dos principais livros de orientação espiritual, mais notadamente os Evangelhos. Reputo interessante a expressão 777 solidões, isto é, a solidão pode e, aliás, geralmente é mais de uma. Porque em verdade, em verdade, o homem espiritual nunca fica só, Deus sempre está com ele. A solidão é a entificação de um ou vários poderes espirituais que criam bloqueios que impedem sua alma de sentir o Shekinah. Continue brindando a humanidade com sua grandiosa sabedoria. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY, pai do MATEUS LEVI VARELLA MINIKOVSKY.
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