O Dia do Trabalhador contra a ideologia da dominação
Comemoramos
mais uma vez a vitória dos trabalhadores, dia esse que está em
homenagem a lutas sindicais antigas, seja dos trabalhadores de
Chicago, em 1886, seja depois em Paris, com lutas comunistas, em
defesa das 8 horas de jornada diária de trabalho, e assim a data foi
comemorada em diversos momentos posteriores, sempre em lembrança dos
trabalhadores. Mas nem tanto se fala, mas a ideologia anarquista
também colaborou consideravelmente com lutas trabalhistas, e estava
lado a lado em importância com a comunista.
Vale
lembrar que muito dessa questão das lutas por direitos trabalhistas
não se deu apenas por trabalhadores braçais, mas também por certas
ideologias ou oposições a ideologias. Antes donos de fábricas não
se importavam com as pessoas, mas apenas com seu próprio lucro.
Também existem as classes, seja aquela proletária, que não
conseguia acesso aos bens de produção, ou mesmo os necessários e
essenciais, e a burguesia, que já possuía tudo e ainda explorava o
trabalho de seus empregados, muitas vezes que ficavam 11 horas por
dia em troca de salário que não garantia nem a alimentação. Do
comunismo, muitos sabem que seus teóricos mais famosos são Karl
Marx e Friedrich Engels, com obras de envergadura, como O Capital, O
Manifesto do Partido Comunista e A Ideologia Alemã.
Mas
também não se deve esquecer a ideologia anarquista nesse sentido.
Pensadores como Proudhon e Bakunin devem ser igualmente lembrados,
assim como os comunistas antes citados. Fato é que historicamente
temos na Era Vargas algum reflexo desses ideais, todos em favor dos
trabalhadores. Mas o anarquismo não gosta de governo, ou defende uma
real democracia. Com as críticas e manifestações atuais, em muito
se vê no povo um ideal anarquista, sendo avesso aos governantes, que
tentam sempre se manter no poder e já bebem de um sistema corrupto e
falido. Mesmo com belas garantias constitucionais, o trabalhador se
vê governado por classes altas, e a luta de classes vê sua traição
nas próprias classes que enriquecem e esquecem de seus pares menos
afortunados, dos pobres. Recentemente um Bispo católico negou
homenagem no Congresso por ser contra governantes que se enriquecem e
se esquecem do povo trabalhador, serve como exemplo atual dessa crise
política.
Vemos
também na educação a defesa de uma ideologia do dominador, e cada
vez mais excluindo aqueles menos favorecidos economicamente. Há o
erro de se entender uma escola particular superior a uma escola
pública. Se mantém uma desvantagem ao aluno e alguns superam essa
ideologia, conquistando vagas e postos sem reconhecer que seu ensino
público é inferior. Professores devem ensinar que se é possível
melhorar, e que quem faz a escola é o aluno, que é o centro das
coisas. A educação é o meio onde trabalhadores lutem ainda mais e
conquistem uma situação mais vantajosa que seus antepassados.
Mas
o comunismo surgiu em um tempo em que a força de trabalho era
entendida como do trabalhador, e essa seria o centro de sua
exploração, onde não ganhava por sua produção. Mas a verdadeira
fonte de valor não é a força bruta, mas sim o conhecimento, a
técnica. É o conhecimento que se torna o grande valor de troca.
Nisso há a possibilidade de um novo comunismo, crítico do anterior,
e que supera esse, lançando novos horizontes. A obra idealizada por
amigo Cléverson Israel Minikovsky e que colaborei trata dessa
superação da Ideologia comunista, chama-se A Ideologia Brasileira,
pela editora Clube de Autores. Assim aquelas lutas sindicais e de
trabalhadores agora se somam a lutas intelectuais, para que se
valorize e democratize o conhecimento. O dia primeiro de Maio rende
grande comemoração, e é sempre bom refletir no tema das lutas
trabalhistas e da exploração.
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