Material escolar e educação crítica
Material
escolar e educação crítica
Recentemente
vemos ofertas de material escolar em papelarias, bem como mercados e
demais lugares, de modo que cada vez mais se pensa em satisfazer
modas, e mesmo além da exigência do que pedem as escolas. Mais do
que economistas falam, de se fazer pesquisa, necessário talvez seja
se mudar a visão das crianças, a partir de modelos da família.
Falando com uma proprietária de estabelecimento que vende material,
ela me disse surpreendentemente que as pessoas compram sem pensar, e
até levando o bem mais caro, por causa de determinada marca ou
modelo, por exemplo, de caderno. Isso já demonstra uma falta de
educação dos pais, haja vista não mostrar nenhum modelo de
economia ou pulso firme. Educar é saber investir mais que no
material, mas também no espiritual, no intelectual dos estudantes.
Fato
é que Paulo Freire falou muito sobre a necessidade de uma educação
que levasse a crítica. Assim, não basta apenas comprar um material
escolar caro e sem finalidade, como vemos atualmente, mas se tem de
levar a que alunos compreendam a finalidade maior da escola,
respeitando o patrimônio público e os professores. Tem de se ver a
democracia na escola, sabendo que aluno interage, e que não apenas
professor que ensina, mas que são diversas a mídias que fazem parte
do currículo de um bom aluno. Saber que o professor é um
companheiro de jornada, não inimigo, e que também aprende.
Talvez
comprar um material caro ou de determinada marca seja melhor, talvez
não. Não é a capa que garante um bom estudo ou que caderno é o
melhor. O que importa é o miolo, o que está escrito dentro do
caderno, a participação efetiva do aluno. Mesmo porque se usa
tablet e computadores em muitos casos. E na visão de Paulo Freire, e
muitos educadores críticos, se tem de mudar a questão da exclusão,
onde esse aluno se sinta bem ao aprender, e onde seja assim envolto
de um aspecto espiritual. Uma escola com a linguagem do aluno. O
material é apenas um meio. Deve-se observar que tudo pode se
resolver em adaptações, e que o mais importante é a participação
do estudante. Deseja comprar material extra e superior: compre
livros. Os livros serão sempre úteis. Por toda a vida um livro pode
ser útil, caindo alguns até no ENEM.
Em
meio a tantas tecnologias da educação, o material escolar talvez
seja uma necessidade já complementar. Vemos cada vez mais essas
mídias sendo utilizadas em aula, e além daquelas videoaulas e
outros meios antigos. Muitos professores mostram vídeos para alunos,
filmes, e nesse sentido se tem de ter cuidado e critério. Não
apenas pela violência e classificação do filme, mas pelo critério
e visão crítica que do mesmo se pode utilizar. O filósofo Rousseau
disse que as pessoas nascem boas, e que a sociedade as corrompe.
Talvez a educação familiar tenha papel, e mesmo círculo social,
sendo a escola ainda uma boa influência.
Hoje
a educação é para toda a vida, e contínua. Não existe mais
aquela conversa de “parei de estudar”. Todo trabalho existe
aperfeiçoamento, e mesmo as empresas exigem a frequência de
colaboradores em cursos. Errado é comprar um caderno ou material e
desde esse momento viver uma visão controvertida, da Indústria
Cultural, onde a moda nos engana para apenas consumirmos, não nos
preocupando com a qualidade. Essa Indústria Cultural foi estudada
pela Escola de Frankfurt, na Alemanha, e seus pensadores. Fato é que
também sou estudante, e que com poucas coisas faço um bom uso.
Nunca pensei em gastar em coisas desnecessárias. A educação começa
em pequenas coisas. Comprar material é exemplo, uma vez que já nas
pequenas coisas se prova questões como economia, ética, resiliência
e boa autoestima. A escola deve valorizar o ser, e seus alunos
aprenderem o humanismo que os faz iguais e plenos.
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