O antigo e o moderno na semana do museu
O
antigo e o moderno na semana do museu
Semana
passada tivemos a semana do museu. Deste modo, fui visitar pela
primeira vez que me lembro o local, de modo a ficar encantado com as
peças que lá eram exibidas. Eu já sabia um pouco da história do
Dr. Wolff, com as perseguições que sofreu e vitórias, mas também
lembrei de fatos familiares. Por outro lado, fui domingo ao evento
cultural, com apresentações de poesias, capoeira, música e teatro,
e também me impressionei com a juventude lá presente, e com a
modernidade que estava naquele pátio do museu. Diferente do que
pensei, o ambiente era familiar e tranquilo, e não a acusada
bebedeira que vimos partir de certas fontes duvidosas e mal
informadas. Havia até samba e bossa nova, bem como uma banda de
blues, Buss and Blues, que chegou a tocar até uma música de B.B.
King, bem como uma banda de rock que encantou com Doors e Pink Floyd.
Isso tudo junto a um museu aberto, o que nos dá esperança para a
cultura e educação.
Quando
entrei no museu, percebi o quanto nossa cidade se transformou e vem
se transformando. Também me veio lembranças ao ver chocolates da
empresa Buschle, que me fez pensar em minha avó, Paula Margarida
Lindner, ainda viva, que lá trabalhava. Ela disse que os
funcionários poderiam experimentar os doces, o que parece incrível.
Lembro que muitos comentavam que a qualidade era imbatível. Também
ao ver as cítaras, no local onde estavam equipamentos musicais e
homenagem a nossa tradicional banda Treml, a lembrança de meu
bizavô, Theodoro Koch, que tem nome de Rua em sua homenagem, e que
também tocava cítara, além de trabalhar e ajudar a fundar a nossa
famosa empresa regional, a Condor, que tanto emprega e tem um
ambiente de trabalho aconchegante, e que mesmo eu lembro com carinho
de trabalhar no setor de pincéis. Vejo assim que nossa região tem
eventos culturais mais nobres do um mero passeio em shoppings de
cidades vizinhas, com seu cinema de galpão, proveniente de uma
indústria cultural que pouco contribui com nossa formação.
Por
outro lado, vendo os adolescentes na festa, fico a pensar de como é
um desafio educar crianças e adolescentes em uma realidade de
celulares, verdadeiros computadores de mão, haja vista o risco de
conhecerem pessoas erradas. Também pensei na necessidade que é
viver cada fase da vida, a fim de curtir a juventude. O antigo se
choca com o moderno, e vejo que a educação atual funciona, e mesmo
a pedagogia vem avançando. Falava esses dias com amigo que estuda
pedagogia, e o mesmo relatava de seu pai não saber mais da língua
portuguesa que ele, e que a nossa geração escreve e lê mais, haja
vista a rede social de computadores, que gerações anteriores, mais
ligadas ao trabalho bruto na roça. Isso tudo me estava presente no
museu, e na dificuldade da vida antigamente, e de outras que surgem,
mesmo com a tecnologia, e que apenas mudamos as roupagens das coisas,
e o que antes acontecia em um baile no Salão Independência, hoje
ocorre em uma balada ou festa com rock, blues e capoeira. Havia
alguns que bebiam também, mas nem por isso se podia lembrar dessa
cultura como mera bebedeira, nem como tiroteio, como ocorreu no
passado.
Por
tudo isso, vemos que sem as surras podemos educar, uma vez que a
inteligência leva a alternativas. Assim como a sociedade vive sem
guerras e sem caçadas, vemos que na família também podemos ter uma
democracia. Mas isso também me lembra de um sociólogo, Boaventura
de Sousa Santos, que dizia não termos de desperdiçar a experiência
e levarmos em conta essa democracia em diversos setores. Para tanto,
seja no museu ou na balada, no antigo e no moderno, resta que temos
uma convivência harmoniosa e que não será com intolerância e
moralismo que superaremos esse conflito de gerações, uma vez que
sempre ocorreram, desde tempos de Caim e Abel.
Comentários
Postar um comentário