INCERTEZA E ESPERANÇA
Incerteza
e esperança
Desde
a noite dos tempos, os povos guardaram na mitologia algum relato de
acontecimentos trágicos e um destino inevitável. Deuses, monstros,
heróis e tudo mais envolvia essa forma de ver o mundo. A filosofia
fez o trabalho de superar isso, racionalizando fenômenos naturais,
pensando na origem do homem, na sua essência, elaborando a
metafísica e procurando dar um sentido universal a vida. Filosofar é
também refletir sobre a morte. Mas até o amor entrou no tema da
filosofia, como no na obra Banquete de Platão. Mas isso tudo leva a
pensarmos como vamos superar a incerteza atual e termos esperança em
tempos melhores.
Um
filósofo chamado Friedrich Nietzsche, alemão, mas que se dizia
polaco, achava que devemos ter um amor ao destino, um amor fati, e
que todas as coisas retornam a ser as mesmas várias vezes. Isso se
assemelha a doutrina grega de eterno retorno. Um tempo cíclico. Ele
vivia doente, mas mesmo assim construiu uma grande obra para o
pensamento ocidental. Pensando bem, nossos antepassados passaram uma
dureza em nossa cidade, derrubando árvores, construindo casas,
fazendo roça, construindo essa igreja maravilhosa que é nosso
cartão postal, Católica. Havia incerteza, e muita dificuldade, mas
pelo trabalho eles construíram a esperança. Mais do que esperavam,
eles trabalhavam. Lembra uma lição de monges cristãos: “Ora e
trabalha”.
Por
outro lado, atualmente alguns pensam em ganhar dinheiro sem
trabalhar. Nisso se diferencia a ética norteamericana, protestante,
onde o cristão se vê merecedor da prosperidade, como uma bênção
divina. Isso foi ensinado pelo filósofo Max Weber, em sua obra sobre
ética. Mas temos o ora et labora dos monges cristãos,
igualmente. Logo, a desculpa para não trabalhar fica sem razão. Mas
voltando aos antigos, eles com seus bailes, choperias, schnaps e
carroças, viviam muito bem, mas porque tinham fé e integridade.
Pouco remédio no passado, pouca tecnologia, muita criatividade. Uma
fórmula natural de saúde: equilíbrio. A lei natural de certa forma
era respeitada e a honestidade era interiormente guardada, e
praticada. E trabalhavam muito.
Onde
quero chegar? Na questão que se há desempregados, não deve
perdurar essa situação em nossa terra, que é a “cidade da música
e do folclore”, e que posso ampliar a frase: “e do trabalho”.
Trabalhamos no fim de semana, trabalhamos em casa, trabalhamos nas
férias. Sabendo administrar a informalidade, é certo que as pessoas
daqui irão prosperar. E a indústria deve voltar a crescer, mas tem
de aprender com os antigos, e decifrar a história para não cometer
os mesmos erros. Assim estar no amor ao destino, amor fati, que
mistura o alemão com o polonês, o italiano, o ucraniano, o haitiano
e muitos povos. Temos em São Bento do Sul qualidades que marcarão o
mundo em exemplo de trabalho, que será reconhecido como um abnegado
destino. E a incerteza se transforma em esperança, para quem
trabalha e é reconhecido.
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