DIVERSIDADES
Diversidade
religiosa
Vivemos
em um tempo de pluralidade. Não vivem bem os intolerantes, e menos
ainda aqueles que têm cabeça fechada. Mesmo os ateus não se
enquadram tão bem em nossa sociedade latinoamerica, bem diversa
daquela europeia que tanto se vangloria de ter um pensamento
filosófico ateu e materialista, senão em um idealismo
ultrarracional. Até bem ensinam os teósofos que não existe
religião superior a verdade. Mas será que na religião não se pode
encontrar a verdade? Outra questão que fica é que existe tamanha
opção que seria contraditório falar que meramente a busca da cura
e do milagre que levam a religião, ou que esta seria apenas algo
psicológico. Mesmo porque há resultado e os místicos comprovam um
lado incrível de suas religiões. E isso vai bem além do mero
dogma, bem como lança uma ética superior. E esses são éticos sim.
Um Gandhi, uma Santa Tereza, São Francisco e tantos outros. Isso sem
falar nos gurus verdadeiros do oriente. Para o povo diz muito mais
uma religião que um sistema de pensamento superficial e insensível.
Também
cada vez mais se observa a falta de compreensão com as religiões
africanas, bem como de movimentos de Nova Era. Bem falou Max Heindel
que a Nova Era é do Cristo Cósmico. O cristianismo se fortaleceu e
continua vivo, mesmo que um pouco diferente de suas origens, ou do
período medieval, com cavalaria e até mesmo a mortificação do
corpo. Em um estágio menos avançado de nosso pensamento filosófico
havia a mera defesa da tolerância. Assim fizeram os franceses
Voltaire e Rousseau, com grande mérito e propriedade. Mas em nosso
tempo não mais apenas toleramos, mas convivemos, incorporamos essa
diversidade. Chegamos mesmo a fazer um sincretismo religioso, e hoje
mesmo os mais ferrenhos religiosos usam algo que surgiu na combatida
Nova Era. A consciência progrediu no sentido de não mais defender
racismos e exclusivismos. Assim nas universidades exige-se em
atividades complementares que se estude a religião do Candomblé, o
Islã e a cultura indígena. Talvez seja mais um motivo de recorde
em desistência em cursos superiores, além da fraqueza de base
educacional.
Diversidade
de gênero
Não
menos compreendida é a diversidade de gênero. Na própria natureza
há uma série de animais e plantas de sexualidade indefinida, ou de
gênero incerto, e mesmo assim há quem se surpreenda com diversidade
de gênero. Por outro lado, não se pode pensar que a exceção vire
a regra. Há uma série de exageros que ultrapassam essa diversidade,
e geram mesmo um certo “ismo”. Para nós que nos consideramos
normais, assim homem que gosta de mulher e mulher que gosta de homem,
isso tudo demora um pouco a ser compreendido. Mas com informação se
tem algum progresso. Mais uma vez uma visão literal de textos
religiosos é pouco positiva a se entender certas coisas. O mesmo se
diga de uma serpente falando e de um homem engolido por um peixe
gigante. Muito disso é simbólico, como disseram sábios e exegetas
da religião, mas mesmo assim se usa da intolerância para perseguir
e condenar a diferença.
A
questão vai além. Hoje fica cada vez mais difícil dizer que certa
coisa é trabalho de homem e outra de mulher. Em meu livro Reflexões
Gerais falei da mutação de gênero, isso em 2009, pois lá saquei
que estava se invertendo o comportamento. Hoje a mulher manda na
casa, tem muitas opiniões com a educação dos filhos e muitas vezes
dita a religião a ser seguida. Já vi alguns homens que mudaram de
religião, seguindo a de sua esposa. E mulher trabalhando de
pedreira, homem dono de casa, e tantos outros exemplos. Nem todos os
casos são positivos. Talvez exista padrões naturais de gênero,
como mostraram uns neurocientistas. E as meninas brincam de bonecas,
sem nunca serem ensinadas, e meninos de carrinho. Nós antigos éramos
assim.
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