Lidar com o ódio alquimicamente

LIDAR COM O ÓDIO ALQUIMICAMENTE

Hoje acordei com um certo ódio que preciso depurar. Não é de hoje que tenho de lidar com isso, mas minha digestão se vê prejudicada quando semeio ou alguém me semeia esse ódio. De qualquer forma, em minhas meditações, perdoo. Muitas pessoas não conseguiriam, mas isso é para mim um cálice da amargura. Estou me livrando de antigos problemas, para começar um novo ciclo, em novo endereço astral – talvez daí as estrelas me auxiliem. Temos forças que aparentemente são ruins, mas podem ser transformadas em coisas boas, alquimicamente. E a verdadeira alquimia é a transformação mental, como ensina um livro hermético antigo.
Estou entendendo que cada pessoa tem seus conceitos de acordo com experiências pessoais – daí de minha filosofia às vezes tentar se desencarnar antes de defender uma cosmovisão. Justiça, igualdade, liberdade e tudo mais podem ter significados bem variados. O senso comum tristemente perverteu muitas ideias (agora sem acento...) e vemos assim uma mentira plasmada em formas-pensamento. Muitas pessoas tratam mal os outros e são bem tratadas – comigo ocorre o contrário. Ultimamente são as mulheres que me tratam de início muito bem, mas com o tempo me desejam distantemente. Vejo que devo ter um carma muito ruim com a questão de relacionamento, e não adianta alimentar ilusões contrárias a isso. Isso que sou um cara “legal”, romântico, atencioso, calmo etc. Não existe certo e errado – tudo apenas é, e sendo se transforma de acordo com o momento, em se tratando de relacionamento.
 Eu, esse grande sonhador, esse grande idealista: sou um destino. Não sei por que, mas estou fora de meu tempo e de meu lugar. Sinto-me um profeta, sento-me uma sombra vestida de linho e ignorada pela moda e seus enganos. A verdade nunca é bem aceita, e nem por isso deixa de ser verdade. Mas a roupa que a verdade toma é de acordo com o tempo. Comparando-se o conceito de um tempo e de outro, o que antes era uma cortina de fumaça e presença de anjos, hoje seria interpretado como a presença de extraterrestres. Não que eu não tenha sintonia com as coisas do mundo, pelo contrário, sou grande defensor do que vanguardista. Ocorre que minha aparência talvez não indique isso, talvez eu não tenha a sensualidade a que procuram. Os animais humanos em geral sempre se entregam a sensualidade, e estou também um pouco nessa dimensão existencial. Mas o ódio em meio a isso tudo pode ser transformado, como um combustível explosivo que é utilizado em um veículo para a locomoção. Eu sou o veículo de metanarrativa do meu tempo.
Mas o ódio atrai o desejo, segundo terapeuta e escritor, Gikovate. As pessoas não percebem isso, mas a nível inconsciente, a mesma energia que elas usam para agredir, usam para fazer sexo (ou “fazer amor”). Em um país onde 70% das mulheres já se disse agredida pelos homens, sou mesmo um ser fora do comum. Mas elas preferem o que é comum, e assim tristemente temos a realidade que temos, com suas ocorrências policiais e crimes passionais. Contudo a libido é mais uma força que nos dá coragem, leva a trabalhar, levar em frente nossos projetos. A isso escrevi um ensaio filosófico chamado “Sublimações”, que é toda a prova do progresso humano, dos atletas olímpicos e gênios – que é desvio da energia para outros meios que não o fim natural e lógico. Mas a ira pode ser transmutada em humildade e paciência. Temos ódio porque algo contraia nosso orgulho, e com a humildade superamos esse fator da personalidade. Com a paciência paramos para pensar, e assim vemos que estamos em ilusão, que é Maya, que por hindus é representada por uma bela e jovem mulher. Claro que Krishna é também no oriente uma mulher muitas vezes, mas certamente é a personalidade divina, não a ilusão. A escolha cabe ao Enamorado, carta 6 do Tarô, que revela esse mistério (onde se escolhe entre a mulher sábia e a superficial). O ódio é pior para nós mesmos, e por isso deve ser evitado. Para isso meditação e oração são bons caminhos, ou alguma outra yoga. Por fim ignorar é a melhor forma de se evitar uma sugestão negativa, segundo Marcelo Ramos Motta. E a magia negra da crítica ou da rejeição não me afetam assim nos meus corpos emocional, psíquico e físico. E transmuto a matéria grosseira em algo brilhante e dourado.  

Comentários

  1. Quem muito odeia é porque muito ama, mas não consegue canalizar a energia de um modo positivo. Procure inverter os polos deste seu sentimento porque o ódio consome mais o odiante do que ao odiado. Como diria a rockeira Pity, "o ódio é o veneno que eu bebo querendo que o outro morra". Nós que somos escritores temos a felicidade de transformar absolutamente todos os sentimentos em palavras, derramando a tinta da sua caneta sobre o papel estará se esvaziando deste ódio, faça isto. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY

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  2. isso aí mestre.. apesar que Pitty tem de voltar ao estilo original. que era demais. Depois ficou meio lenta. Mas adoro ela. abraço

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